quarta-feira, 9 de março de 2011

ORAÇÃO AO SOL

                                               "Sei que nada será como está
                                                Amanhã nem depois de amanhã
                                                Resistindo na boca da noite
                                                Um gosto de sol"
                                               (Milton Nascimento / Ronaldo Bastos)

Sol
Dispersa essas nuvens de manhã
Ofereça teus raios claros
Banhe-me de bênção e carícia 

Chegue-se de mim
Toque meu corpo teu fulgor
Que não gasta nem se esforça
Envie teu calor
Criva de raios minha crista
Sou tua sentinela
De áurea energia me anima

Mande-me do céu
Tal qual um deus que liberta
Como a chuva que afaga
Tal qual uma cura:
Total afeição
Pra que eu luza na escuridão
Pra acender o meu brasão
Pra que eu vigore ns dias de estio
Para que eu brilhe no escuro e entre seres de breu

E não me mostre o caminho
Que é perto, que é longe
Definir - indefinido
É amplo, infinto
Que eu sei por ti - Iluminado


Na aurora me desperte
Acordo contigo no belo horizonte
Quando se põe, declamo versos
Me deito quase só,
Peito de fogo e de beijos
Da fonte imaculada de teu seio

Milagre da vida - tu realizas
E ao cantar terias
A voz de Milton                                       
Sinuosas montanhas de Minas

Quando ainda diurno
Entrego-me na calçada,
Calor, vento, nuvens
Tu Astro Dourado trajado de amarelo
Dá-me o gosto saudoso da criança
Estado bruto da amoral infância

Teus olhos sobre mim não me afugentam
Como o deus da morte ou da manada
Antes confortam, silenciam
sei que sabe de tudo
-teu fogonão sabendo de nada
-sem julgo



Skelter - 11-7-2008

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