segunda-feira, 13 de maio de 2013

HJ - EXPERIÊNCIA DE DESAPEGO

estou pensando em n postar nada hj ainda q tenha vontade de fazê-lo (tanto aqui qto no facebook)
uma experiência para ver se me liberta mais, se me deixa mais solto
criar menos expectativas qto a recepção alheia
economizar energia e tempo para o q eu quero e o meu aprendizado
viver mais integralmente o aqui-agora
fruir mais,
e anarquicamente de fato
sem autocobranças e sem expectativas de posteridade, reconhecimento, receptividade
ser mais carinhoso, dengoso, comigo mesmo
me fazer mimos,
ser complacente
embora sempre ligado, mas sem tensão
lei do mínimo esforço
"lei dinâmica da inércia"
wu wei - agir sem estar agindo
lidando com os estímulos tensos ou de cobrança ou de mudança (tanto internos qto externos),
com o mínimo de reação ou resposta
ficar na minha
mas sempre receptivo no sentir e no me antenar e sempre espontâneo
e sempre tesudo nos atos
me abraçar mais
suavemente
ou com fogo brando
constante
ou mesmo q anárquico,
plácido
um tanto búdico
um tanto zen
um tanto feminino
ying
como se houvesse todas as condições ideais de temperatura e pressão,
e de saciedade dos instintos básicos,
para delicadamente, como um gato preguiçoso mas inteligente e sensível,
pintar sem pressa um quadro
sem pressa, sereno, um quadro
abarcando o mundo ao redor, ao imediato mundo ao redor,
o tempo todo como uma esponja q n reage,
que nem sequer se preocupa em mudar sua postura de corpo quando coça ou formiga,
mas que observa, sem tomar partido
escolhe, sem gravidade ou drama
seleciona
se atenta mas suave, sem pressão
o superego distanciado,
posto num cabide do armário
pra no máximo ser usado como uma fantasia inofensiva
respeitando e considerando cada sutil estímulo interno e externo
selecionando-os mas sem nenhuma retórica ou agressividade
fluxo e lento
suave como uma flor
um aroma
um perfume
uma alma
palavras femininas
criança mimada
um príncipe da delicadeza
um dândi
filtrando tudo que vem de dentro e fora
relacionando e misturando tudo
observando por trás do véu de tudo que é interno e externo
digerindo tranquilo, suave, cada mínima dor antes que ela se inflacione,
cada experiência
abarcando tudo com o pensamento suave e a sensibilidade ventilada e colorida
aceitando cada dor e cada curiosidade e cada contradição, paradoxo, paixão, morte
imune a críticas externas e internas
sem um reagir violento a nada
sem nenhuma repressão interna
sem nenhuma pressão
sem nenhum forçar-se
sentindo-se rejuvenescer aos poucos, de forma sedutora
sentindo-se cada vez mais delicadamente vivo
contemplando cada recanto e cada canto e cada canto da existência
cada vez mais integrado à estação do tempo que não pode ser anterior, posterior ou maior do que a estreita imensa largura do tempo presente
meditando na ação, no gozo e no sofrimento, na carência, na solidão - que já não mais apavora
mas uma solidão que completa
que é antes de tudo a principal companhia mesmo quando acompanhado de outro, outra, outros, outras
porque sempre autêntico e desprendido de resultados, de aprovações, de carinhos vindos de quem quer que seja
livre para amar - pois já não espera ser amado
acolhendo tudo que vem torto e mesmo mal intencionado e moldando tudo como mãe para devolver o gesto em harmonia
estado de espírito e atitude de paz e beatitude
sentindo a onipresença da poesia na vida, em cada instante, como num vôo, numa queda infinita e imprevisível, mas terna como um balão, um sonho bom, pára-quedas descendo de uma gloriosa altura de uma paisagem esculpida pela sabedoria de tempos imemoriais e divinos, que desce tranquilo sem nunca acelerar, nem ser de fato pressionado a nada e sem nunca tocar o solo
sem esperar nada, nem viver mais, logo, livre


OBS: Escrevi esse texto depois de me sentir especialmente bem com a visita do meu único amigo de infância

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