Estamos
no
meio de um deserto
Encharcados
de
desilusões
Morremos
na
beira da praia
Saldando
um
rastro de inglórias
Vendemos
barato
a força
Encabeçamos
um
protesto na forca
A
cabeça
Devoramos
infinito
No
peito
um dó
sustenido
Engalfados
Semi-loucos
Mal-amados
Translúcidos
Salivamos
À
beira do abismo
Chapamos
No
corredor do hospício
Aceitamos
A
malícia e o alvitre
Batemos
asas
No
céu de artifício
Louvamos
A
glória eterna
Saudamos
Na
hora da insônia
A
luxúria
E de
energia desperdício
Um
amor
tão
mal consumido
Apocalípticos
Vagabundos
Malditos
Perseguidos
Na
labuta
O sol
de espora
Explora
Coração
cinzento
De
cinzas
seu
pulmão esfolheia
Cigarros
e
intrigas mil
Num
céu
prateado
e anil
No
ocaso
um
drama grosseiro
Refinado
de
intenções e lamentos
Ligeiros
fogos
e meios
Outrora
mudos
e insanos
Paranóicos
Ruminantes
Antenados
Solitários
No
presente
amordaçados
em cheio
Indiferença
Farinha
do desprezo
Um
drama
tão
cotidiano
Mundano
Sem
visão
que
transcende
Lutamos
na
porta da fábrica
Agonizamos
cachaça
barata
Voltamos
pra
casa sozinhos
Tentamos
noites
traiçoeiras
Divagamos
mil
noites no escuro
Um
brilho
soturno
e imundo
Saturno
Vênus
e
Marte
Júpiter
Lua
e
Urano
Marginal
Sem
prata póstuma
Corrompido
De
ódio
E
vândalo
Sal
da terra
Roxa
e marrom
Da
noite
Saindo
do tom
Mal
pagos
Tresloucados
Delirantes
"No
future"
Engalfados
Semi-loucos
Mal-amados
Translúcidos
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